A era dos enlatados.

Adoro enlatados. Não estou me referindo as comidas que são vendidas em conserva, e sim ao nome que se dá aquelas produções provindas do exterior e exibidas na telinha tupiniquim. Mas tudo em excesso é prejudicial a saúde, e é aí onde eu quero chegar. Nos primórdios da televisão brasileira, reinavam os programas de auditório, inspirados em programas lá fora, as primeiras novelas vinham de textos originais da Argentina e Cuba por exemplo, mais tarde a televisão brasileira começa a investir pesado no gênero, e também em profissionais de nossa terra. Anos mais tarde, foi a vez de novelas mexicanas chegarem ao Brasil e com elas, séries de sucesso mundial, o SBT trouxe Chaves, que curiosamente até hoje é exibido sendo utilizado como "tapa-buraco" na fragilizada programação.Há um tempo atrás fomos surpreendido com um formato "inédito" no Brasil, o projeto intitulado de "Casa dos Artistas" consistia em confinar doze sub-celebridades, sendo que uma delas seria eliminada a cada semana até surgir o vencedor, o formato no entato fora baseado no Big Brother, produto da empresa holandesa Endemol especializada em atrações do gênero, e que pouco tempo depois estreou na Rede Globo tendo o nome Brasil em acréscimo, sendo apelidado simplesmente de BBB, ao contrário da Casa dos Artistas, o BBB foi sucesso em todas as dez edições e depois dele o gênero reality show se fortificou na televisão. Mas antes dele veio o "No Limite", uma espécie de reality de sobrevivência inspirado no The Survivor dos Estados Unidos, o que rendeu até um processo contra a Globo pela provável "inspiração" no reality. O que se conclui é que tudo foi inspirado em outro, ou simlplesmente importado. Nada foi produção original. Hoje, a televisão brasileira está recheada de atrações que tem formato baseado ou idêntico a outras produções estrangeiras, exemplos: Big Brother, CQC, A Liga, O Formigueiro, A Fazenda, Lar Doce Lar, Lata Velha,Romance no Escuro,Ídolos, Dança dos Famosos e afins. 

Na sexta-feira parei para pensar sobre o assunto por que estreava na Band o "Busão do Brasil", um Big Brother dentro de um ônibus. Será que os experts em televisão não tem capacidade de produzir conteúdo próprio? Até as séries americanas estão sendo exibidas em horário nobre, antes Supernatural no SBT conseguia 9 ou 10 pontos em média, o que é muito na emissora, hoje o CSI Miami na Record consegue em torno de 12 pontos, marca superior a novelas da emissora. O que acontece? Nem as novelas se salvam, as emissoras agoram apostam em remakes, a Globo vem com Tititi, a Record que ressuscitar Rebelde numa versão brasileira. Será que está acontecendo um surto de falta de criatividade? A televisão está precisando se reinventar, além da concorrência entre as emissoras, há também a internet, a Tv a cabo e outros meios, está na hora dos chefões saírem de suas confortáveis poltronas e começarem a agir, ou então estaremos assistindo cópias 24 horas de outros países.